30.6.14

Favoritos, Internet Old School e o destino deste blog.

Das piores coisas que podem acontecer conosco, às vezes tiramos algumas ideias.
Às vezes lições ou no menor dos casos, alguma reflexão.
Eu fiquei com a terceira.


Esses dias meu computador parou. Parou mesmo, tela azul. A maioria das coisas importantes estavam/estão no hd externo como backup. Mas faz/fazia mais de um mês que eu não atualizava o backup. E além do sentimento de "aimeudeuseagora", também me deparei com a verdade de que: caramba, não tenho nem cd de um windows qualquer pra tentar reviver esse catiço de computador.
Enfim, me amem, porque eu tô rodeando a história. Poder de síntese, não me ensinaram na faculdade (mentira).

Okay. Eu de fato tenho um amigo que me salva dessas armadilhas de satanás tecnológicas há uns 10 anos.
Meu computador foi pro CTI e voltou lindo e sem sequelas. O problema foi que, um pedido de backup extremamente simples, eu esqueci de fazer a ele: os favoritos do chrome.
Agora é a parte que vocês me xingam. Vou esperar um minutinho.


Já xingaram? Voltando. 
SIM, eu sei que existem apps, programinhas e várias coisinhas que sincronizam favoritos. SIM, eu sei que logando no chrome ele salva essas coisinhas. SIM, eu sei que existem coisas como ICluod e Xmarks e coisas do gênero. Maaaaaaas... quem lembro de usar esses trecos?
De modos que (esse post vai ficar enorme) fui eu catar nos backups onde estava o ultimo que fiz dos favoritos. Encontrei, importei e pra completar, loguei no Chrome pra recuperar o que estava lá. Pandemônio.
E desde então estou vivendo de luz, porque todo meu tempo está sendo consumido na triste constatação que eu tenho um TOC duzinferno e enquanto não organizar toda essa zona, não viverei em paz.

Update: Consegui organizar tu-do. Voltei a viver.

E é agora, que eu vou entrar realmente no assunto desse post.
Há um tempinho atrás, andei organizando minhas inscrições no Bloglovin (saudades eternas GReader), excluindo feeds de blogs que não existem mais, de sites que não me interesso mais.
Quando importei os favoritos antigos novamente, revivi a mesma sensação.
De perda.
Fui olhando uma pastinha de blogs que eu costumava ver e a grande maioria não existe mais. Pessoas que eu realmente gostava, perdidas por ai sem noticias. Uma ou outra, descobri que montaram outro blog. Mas muita gente desistiu.

Não estou querendo dar uma de vovó-da-internet, mas só esse blog já vai fazer sete anos (uau) e ele não foi meu primeiro - então acho que estou apta para usar a expressão "no meu tempo".
Pois bem, no meu tempo, os blogs eram a forma on-line daqueles diários e agendas que as meninas da minha geração costumavam usar. Umas escreviam sobre seu dia-a-dia, outras sobre suas angústias e revoltas, outras escreviam poemas e colavam nas páginas tudo que é tipo de besteiras - ou tesouros. Aquele papel da bala que um bonitinho deu, os ingressos de quando foi no cinema com as amigas, o ticket daquele show imperdível, 3x4 dos coleguinhas, carta da melhor amiga, recortes de revistas (Capricho, Querida - shame on me). Enfim. Os blogs eram como nossas agendas antigas. Alguns blogs eram diários mesmo. Outros não. Tudo dependia do dono da agenda - ops, blogs.

Ninguém ganhava dinheiro, brindes e nem bugigangas para escrever nos blogs. Parceria de blog, era um botton ou banner do blog do seu amigo com link apontando pra lá. Não tinha toda essa separação de blog-de-moda, blog-de-maquiagem, blog-literário. Cada um falava do que desse na telha, do que inspirava, dos problemas ou da falta de inspiração mesmo. O pessoalzinho apelão do "me segue que sigo de volta / comenta no meu que comento no seu" sempre existiram, mas não eram uma maioria, não. A gente ia nos blogs e comentava porque gostava, pra conhecer a pessoa, pra conhecer as pessoas que comentavam lá também. 



Com todo esse tempo de blogs, a única coisa que eu posso dizer com certeza, é que eu sou grata.
Infinitamente grata a todas as leis do Universo que conspiraram para que um dia eu fosse lá e criasse o primeiro blog. Se tem uma certeza que eu posso ter nessa vida, é que conheci pessoas maravilhosas por causa do blog. Fiz amigos que vou levar pro resto da minha vida. Pessoas que são essenciais na minha vida. Alguns que eu conheci pessoalmente depois de algumas trocas de links. Outros que eu conheci através de pessoas que conheci no blog. Já recebi e enviei vários presentes pelo correio (de amigos, não de patrocinadores do blog). Já teve de tudo. Intriga, amizade, barraco e até romance. ~Apaga essa parte~ Alguns inimigos também, não posso mentir. Mas faz parte, não se pode agradar a todos.


Algumas pessoas da família perguntavam porque eu tinha um blog e onde isso iria me levar. Minha mãe mesmo nunca entendeu a importância que poderia ter. A melhor resposta que eu posso dar, é que ter um blog me trouxe o bem mais precioso que alguém pode ter na vida: Amigos! ♥

De comentário em comentário, a gente colocava o link do colega no blog. Depois trocava o msn e conversava. Adicionava no Orkut (antigamente o Orkut era legal, eu juro). Ficava amigo!
Porque gente, avalia só: você lia a pessoa, sabia da vida dela, dos problemas, dava conselhos, às vezes, dividia alegrias... Eu fiz amigos INCRÍVEIS por causa do blog. Inclusive a melhor amiga que eu tenho nessa vida, conheci por causa do blog (beijo Ju, te amo). Fui lá pra São Paulo encontrar ela - amada toda vida!
Minha amiga e mentora no universo da fotografia, também conheci por causa de blogs - hoje é chefinha.
Aliás, várias pessoas fui conhecer pessoalmente e super fazem parte da minha vida. 
São Paulo, Minas Gerais, Porto Alegre, Rondônia: amigos queridos que encontrei pessoalmente que moram nessas cidades. Outros eu ainda vou conhecer. E aqui no Rio de Janeiro, nem posso falar. Pra se ter uma ideia, sou madrinha da filha de uma amiga -muito amada- que conheci por causa dos blogs. 


Mas infelizmente (trilha sonora saudosista), as coisas mudaram muito no mundo dos blogs (que brega dizer isso). Minha queridíssima amiga Nina Vieira, blogueira das antigas que eu leio há anos, disse muito bem em seu blog um pouco desse universo de blogs famosinhos.
Esse boom de blogueiros de sucesso e seus blogs famosinhos-publicitários-trocadores de brindes-fúteis com seus lookas do dia (olhem como me vesti hoje, olhem minhas roupas importadas, minhas maquiagens de marca), andou me desmotivando e fui vendo muito o sentido de ter criado o Expresso pra Dois ir pelo buraco.
Falando sobre isso, descobri o movimento Volta Mundo Blogueiro (vocês podem ver o button deles ali do lado - estilo links que fazíamos antigamente ♥). Assim que encontrei esse projeto, descobri que muita gente pensa como eu e também sente falta dos blogs como eram antigamente. Em uma página especial, encontrei os links dos participantes e fui clicando pra conhecer. Porém, com um pouco de tristeza, notei que o projeto não estava sendo atualizado há um tempinho.

Foi aí que a Nina (de novo, rá) me indicou um grupo de blogueiros chamado Rotaroots. Mas eu que sempre me incomodei com grupos de blogueiros no Facebook - eram todos iguais: um tópico de apresentação, um tópico de links e um monte de postagens de "meu ultimo post". Tipo uma evolução dos "passa lá no meu blog" que tanto nos incomodava lá nos primórdios dos blogs. Porém o Rotaroots é um grupo super organizado e super bacana. Existem temas, desafios e memes mensais para inspirar as pessoas a escrever nos blogs. A resgatar a essência dos seus blogs. As discussões são saudáveis, as pessoas conversam ao invés de postar seus links para receber visitas (e tem um botton rotativo de links participantes, bem a moda antiga - e também já está ali do ladinho ♥ Clica lá pra conhecer gente legal). Depois disso, algo mudou. Olhei pro meu blog com carinho e tive esperanças. E a postagem que fiz afirmando não saber o que fazer aqui, talvez fique pra trás mais rápido do que eu imaginava. Estou decidida a voltar pra cá. 
Sete anos não são sete dias, horas bolas...




Meme:  Internet Old School by Rotaroots - Conheça

Ps: Sim, tenho uma vasta coleção de gifs, me amem.

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Carolina! Na verdade se chama Ana Carolina e não gosta de ser chamada de Ana. Não revela a idade, mas todo mundo diz que aparenta bem menos. Fotógrafa e estudante de Jornalismo. Mudou de área depois de anos insatisfeita com a profissão. Carioca, apaixonante e implicante. Carinha de 8, espírito de 80 anos. Chata, mal humorada e anti-social. Gosta de rimas simples, de frases bobas e é viciada em café. Na vida passada foi um gato tamanha preguiça. Tem mania de ter manias, coleciona coisas inúteis e acha ridículo isso de falar de si mesma em 3º pessoa.

 
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