16.7.07

O Lobo da Estepe - Hermann Hesse



-Terminei de ler, é fantástico, vou escrever sobre ele...
-Tia, ce você fizer um post spoiller eu juro que te dou uma porrada!

Mais ou menos nesse pé que eu comecei a pensar no que escrever sobre esse livro. Trata-se de um clássico, isso é óbvio. Eu quis ler esse livro, depois de assistir uma entrevista do Fernando Anitelli, idealizador do “Teatro Mágico” onde ele diz que o nome da trupe surgiu desse livro. Me apaixonei! Comecei lendo em e-book, mas ao passar por uma feira de livros não me detive e comprei o livro para não depender do computador para ler.
Mastiguei, comi, engoli e digeri cada palavra com uma fome que não sei nem descrever!
Me apaixonei!

Hermann Hesse é um importante escritor alemão, um dos prediletos de leitores brasileiros. O que mais me intriga nesse livro, é saber que foi escrito há tantos anos, 1927, e continua tão atual e nos tornar tão identificáveis com seus personagens! Cativa e prende o leitor do começo ao fim!

O Lobo da Estepe é tido como a obra mais importante de Hermann Hesse, onde conta a história de Harry Haller, é um solitário, um misantropo de cinqüenta anos, alcoólatra, intelecutal, pensador, em constante busca pela sua verdade, que escolheu ser solitário mas que não consegue suportar viver isolado de todos. Harry parece um animal, selvagem, um lobo da estepe e pesa o equilíbrio de sua parte humana e sua parte animal. Harry não vê solução para sua vida, vive angustiado, na corda bamba entra a lâmina de uma navalha e a covardia de dar um fim a sua medíocre existência.
Um dia conhece uma jovem que milagrosamente consegue compreender-lhe e o conduz a um despertar interior, a um mundo novo e mágico que ele achava não ser possível.

"Seria necessário que o homem e o lobo se conhecessem mutuamente sem falsas máscaras sentimentais, que se fitassem nos olhos em toda a sua nudez"

Não é um livro fácil de se ler, principalmente quando você se reconhece no Harry e se vê descrito em algumas partes do Tratado do Lobo doa Estepe. Algumas vezes parece bem simples, noutras, complexo! Várias vezes pausei, refleti e voltei a leitura em grande parte. Algumas coisas creio ter compreendido, outras não. Acreditem no aviso preventivo, este livro é “Só para Loucos”.

Harry se sente incompreendido pelo mundo, ao questionar os valores fúteis da guerra e ao desprezar a vulgarização da vida e dos valores feita pela massa burguesa. Harry julga que não se encaixa na sociedade e se vê obrigado a viver nela!
Suas indagações, suas reclamações, seu pesar... tudo nos parece assustadoramente atuais.
Trata-se de um mergulho em si mesmo, um tratado sobre o ser humano e em tantos quantos podemos ser. Eu gosto de livros que nos levam a pensar assim, que nos obrigam a questionar-nos, que nos mergulham em nós mesmos!

A solução para Harry? Está no Teatro Mágico!
E eu deixo a cargo de quem for ler o livro, compreender tudo o que se passou nesse cenário lúdico e inebriante. Por vezes, julguei que teria medo de estar lá, mas agora, ao final do livro, eu digo que se passar pela rua e vir uma placa dizendo “Teatro Mágico, Só para Loucos, Entrada ao preço da razão” eu corro para lá!




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"Estou curioso por saber até que ponto um homem pode resistir.
E quando alcançar o limite do suportável, basta abrir a porta e escapar. ''



Começando bem o blog, heim?

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Carolina! Na verdade se chama Ana Carolina e não gosta de ser chamada de Ana. Não revela a idade, mas todo mundo diz que aparenta bem menos. Fotógrafa e estudante de Jornalismo. Mudou de área depois de anos insatisfeita com a profissão. Carioca, apaixonante e implicante. Carinha de 8, espírito de 80 anos. Chata, mal humorada e anti-social. Gosta de rimas simples, de frases bobas e é viciada em café. Na vida passada foi um gato tamanha preguiça. Tem mania de ter manias, coleciona coisas inúteis e acha ridículo isso de falar de si mesma em 3º pessoa.

 
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